sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

TEMA DE VIDA: Arte e Dialectos - PORTUGAL

História da Língua Portuguesa

Como nos outros Idiomas, o Português sofreu uma evolução histórica sendo influenciado por vários idiomas e dialectos até chegar ao estado conhecido actualmente. Deve-se considerar, porém, que a língua Portuguesa é uma língua romântica que se originou no que é hoje a Galiza e Norte de Portugal. É derivada do Latim e era falado pelos povos pré-romanos da Península Ibérica acerca de 2000 anos atrás. O idioma só se espalhou pelo Mundo nos Séculos XV e XVI quando Portugal estabeleceu um Império Colonial Comercial. Com mais de 260 milhões é a quinta língua mais falada do Mundo e a terceira mais falada no Ocidente. Além de Portugal, é língua oficial em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Desde 13 de Julho de 2007 é também oficial na Guiné Equatorial.
ARTE PORTUGUESA


Na segunda metade do século XIX, Portugal atravessa um período de instabilidade. Portugal vive novos perturbações marcadas pela ditadura de João Franco, pela contestação da república, pelo regicídio, pela implantação da república, pela intervenção na primeira guerra mundial e pela instauração do estado novo. Tudo isto causou alterações na vida dos portugueses. As artes foram as mais prejudicadas pois há um desfasamento cronológico entre os movimentos artísticos europeus e o conhecimento dos artistas portugueses; as obras produzidas estavam ligadas à mentalidade da altura, ou seja, os compradores tinham pouco conhecimento da arte; e existia pouca projecção dos seus artistas.
Apesar da permanência do naturalismo, houve alguma contestação no campo da literatura (Eça de Queirós, António Nobre, Florbela Espanca, Mário de Sá Carneiro e Fernando Pessoa), no campo musical (Viana da Mota, Alfredo Keil, Luís de Freitas Branco e Fernando Lopes Graça) e no campo das artes (nas artes plásticas, Malhoa, Pousão, António Carneiro, Amadeu da Souza-Cardoso, Almada Negreiros e Eduardo Viana; na arquitectura Ventura Terra, Adães Bermudes e Marques da Silva). Foi a partir destes inconformistas que se começou a falar de modernismo.

A partir de 1900 ocorreram vários eventos artísticos.

· Concurso do pavilhão de Portugal 1900
· Sociedade de arquitectos portugueses 1902
· Prémios de Valmor de arquitectura 1902
· Exposição livre em 1911
· Museu nacional de arte contemporânea 1911
· Exposição de humoristas e dos modernistas 1915
· Presença dos Delaunay em Portugal uma influencia para os nossos artistas a partir 1915
· Introdução das novidades tecnológicas como o ferro, o vidro e o betão armado

Pintura
Os pintores dos finais do século XIX e princípios do século XX conheceram as correntes artísticas europeias mas continuaram ligados ao naturalismo.
Alguns procuraram outros caminhos, uns como laivos impressionistas, outros seguiram o modelo e o sentir simbolista e expressionista, outros ainda perseguiram várias correntes como os pintores da chamada primeira geração modernista.

Alguns pintores:
Eduardo Viana (1881-1967)
Inicialmente era um pintor naturalista de cenas e costumes mas cedo enveredou pelo protocubismo cezanniano em termos de forma. Em 1915 conheceu orfismo e os Delaunay e passou a produzir quadros inspirados na plástica órfica.

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)
A sua obra é caracterizada pela experimentação de várias correntes, do naturalismo ao expressionismo e ao cubo-futurismo. Participou em exposições em Paris, Berlim e Nova Iorque. Contactou com Picasso, Braque e o casal Delaunay. Ficou célebre pelas suas máscaras, pelas naturezas mortas, pelas paisagens e pelas violas. A mistura harmónica do cubismo, do futurismo, do expressionismo e de laivos do abstraccionismo dificulta a classificação das suas obras. Foi também inovador pelos materiais utilizados (pasta de óleo, areias) e pelo recurso a colagem (fósforos, ganchos de cabelo, estilhaços de espelho) pela simulação cubista da introdução de letras. Sem uma corrente única, era essencialmente apaixonado pelo movimento, pela velocidade, pela febre da vida moderna.

Guilherme Santa Rita (1889-1918)
Conhecido por Santa Rita Pintor. Já em 1912 se dizia pintor futurista. Vagueou entre o desafio conceptual e a pintura futurista italiana. É difícil analisar a sua obra pois mando-a destruir antes de morrer, havendo poucas excepções como a Cabeça. Foi um agitador de ideias, um inovador no campo estético e o organizador da revista Portugal Futurista em 1917. O que mais procurou foi a originalidade.

Almada Negreiros (1893-1970)
Exerceu um importante papel na cena política do nosso modernismo. Possuía uma personalidade excêntrica e original. Foi cenógrafo, bailarino, caricaturista, pintor e dinamizador nomeadamente das revistas Orpheu e Portugal Futurista. Nos anos 30 esteve em Madrid onde foi prestigiado. Em Portugal foi um dos incentivadores do modernismo.
O agravamento da situação político-económica e social e a ascensão das forças reaccionárias e nacionalistas irão impor a partir de 1926 o Estado Novo, que asfixiou este primeiro modernismo português. Alguns pintores sobrevivem trabalhando como ilustradores e gráficos. Estes pintores reunem-se em cafés como A Brasileira e o Bristol Club. Estes locais foram grandes centros culturais. Depois de 1930, o modernismo ganhou definitivamente um maior estatuto mas era uma arte tutelada pelo estado, o que fez com que fosse vista como um “modernismo tranquilo”.

Caricatura

Nos finais do século XI, a caricatura impôs-se com Rafael Bordalo. Salienta-se ainda Stuart Carvalhais pelo inovador que fez nas texturas. Fez uma crónica da vida quotidiana lisboeta em desenhos rápidos sem pormenor mas com expressividade. Fazia-os com paus de fósforos molhando em tinta ou em borras de café, graxa e só às vezes utilizava materiais mais nobres.

Escultura

A escultura permaneceu naturalista. Porém, alguns dos nossos escultores estiveram em Paris e de lá trouxeram influências de Rodin, Boudelle e outros. Salientam-se os escultores Diogo de Macedo e Francisco Franco.

Arquitectura

A arquitectura portuguesa viveu 3 tendências artísticas paralelas:
Uma arquitectura que seguia os esquemas académicos eclécticos e formais da arquitectura. Manifestou-se nos palácios, palacetes e solares para a aristocracia e alta burguesia.
A fomulação da “casa portuguesa” defendida por Álvaro Machado e especialmente por Raul Lino numa tentativa de reaportuguesamento da arte de construir que se manteve até aos anos 30.
Arquitectura modernista portuguesa que tem uma preocupação estética e procura a utilização de bons materiais. Este tipo de arquitectura era utilizada em obras públicas como liceus, bancos, hospitais, termas, teatros, hotéis e fábricas.
Dentro do espírito da funcionalidade surgiram algumas preocupações, por isso os materiais foram questionados aparecendo o vidro, o ferro e o cimento armado.

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